Cultura e Inteligência Artificial: o humano precisa estar no centro

A pesquisa da Walking the Talk sobre o tipo de cultura necessária para uma implementação de Inteligência Artificial (IA) revelou que, para ser bem-sucedido, o design e a implementação de IA devem começar com as pessoas, colocando-as no centro do processo. O que isso significa?

Características exclusivamente humanas, como criatividade, imaginação, intuição, emoção e ética, serão ainda mais importantes no futuro. Tudo o que não pode ser automatizado e digitalizado se tornará mais valioso.

A clareza do que é realmente importante, quais valores reforçar, como as decisões devem ser tomadas e separar o certo do errado (e os tons de cinza) precisarão ser levados em consideração em um mundo alimentado por IA. Isso exigirá que os humanos esclareçam a ética, arbitrem entre valores e estabeleçam as regras que definirão o que a tecnologia pode ou não fazer.

Em diversas situações, a Transformação Digital é vista como um projeto de tecnologia e, por isso, muitas vezes não traz os benefícios esperados. Primeiro, a Transformação Digital precisa estar claramente ancorada na criação de valor agregado para os clientes.

Além do mais, atenção suficiente deve ser dada aos funcionários, ou você corre o risco de resistência à mudança. Quais são as necessidades do seu pessoal, como os trabalhos serão impactados, como os funcionários podem agregar mais valor, como eles se encaixam no processo?

No futuro, as pessoas vão querer entender como as decisões baseadas em IA são tomadas. Da mesma forma que queremos saber por que nossos amigos e colegas chegam a certas conclusões, vamos querer saber o mesmo das máquinas. Os clientes dos bancos vão querer conhecer os critérios que foram usados para aprovar ou recusar seus empréstimos, assim como os operários de uma fábrica vão questionar por que uma linha de produção foi fechada. O comportamento da IA precisará ser constantemente monitorado por meio de estruturas, políticas e diretrizes de governança.

Uma organização que está pronta para Digital/IA quando:

É capaz de articular um propósito claro, expresso em termos do valor que agrega a seus clientes e do papel que os funcionários desempenham na entrega desse valor.
Garante que seus funcionários sejam treinados, tenham as habilidades, os recursos e o tempo necessários para entregar seu trabalho em alinhamento com o propósito. Os líderes combinam os resultados com seu pessoal e depois saem do caminho para deixá-los entregar.
Ouve seus clientes e funcionários - é capaz de se colocar no lugar deles para vivenciar o que eles veem e sentem; se flexiona para otimizar essa experiência de maneira respeitosa e confiável.
Encoraja as pessoas a assumirem riscos calculados, a falharem rapidamente e a aprenderem juntas. Torna a responsabilidade pessoal um requisito para todos; desencoraja a culpabilização; e se concentra em soluções, não em problemas.