Elaborando um Plano de Cultura

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Walking the Talk

Às vezes, a cultura organizacional pode parecer um conceito um pouco vago. Embora você possa sentir claramente a cultura e seus impactos, é mais desafiador definir o que precisa mudar e como, e medir os resultados. Mas a cultura é um facilitador estratégico fundamental e, como tal, precisa ser tratada como uma disciplina da mesma forma que as atividades de RH, Finanças, Jurídico etc. Porque, como diz o clichê (e os clichês costumam ser verdadeiros), "o que é medido é gerenciado" e isso, portanto, aumenta significativamente suas chances de sucesso.    

Neste blog, explicaremos o que é um plano de cultura, por que ele é importante e como criá-lo. Examinaremos as partes integrantes de um plano, os cronogramas relevantes, os desafios comuns enfrentados ao criá-lo e como superá-los.

 

O que é um Plano de Cultura? 

De forma simplificada, é um plano que contém todos os programas e projetos que farão sua cultura avançar, em um único lugar. Normalmente, ele começa com sua estratégia de negócios, seguida de um esboço da cultura da qual você pretende se afastar e para qual deseja mudar (sua estratégia de mudança de cultura alvo), e como você fará isso para atingir suas metas corporativas.

Em seguida, há uma visão geral de alto nível: 

  • Principais iniciativas culturais nos próximos 12 a 18 meses.
  • Como elas apoiam a cultura futura desejada.
  • Quem é responsável por liderá-las.
  • Ações críticas/próximas etapas.  

Essencialmente, o plano é como você fará sua estratégia de mudança cultural acontecer. Às vezes, ele é chamado de " roadmap de cultura", mas, para os fins deste artigo, vamos nos ater ao "plano de cultura". Ter um plano cultural garante que todas as diferentes atividades que você está realizando sejam reunidas em um único documento, com uma conexão clara e descritiva com a estratégia, para que todos entendam: 

  • Qual é a estratégia.  
  • Que cultura você precisa para atingir seus objetivos de negócios.  
  • Qual é a conexão intrínseca entre a mudança cultural e o sucesso da estratégia.

 

Por que é importante ter um plano de cultura? 

Existem diversos benefícios em se desenvolver um plano de cultura, tais como: 

Clareza e visibilidade   

Qualquer pessoa pode ver claramente, em um instante, os objetivos e as atividades de mudança de cultura que estão ocorrendo, seja um novo CEO que está chegando, uma parte interessada externa (por exemplo, um órgão regulador) que pode solicitar isso, a diretoria ou uma equipe interna. 

Propriedade e responsabilidade  

Todos podem ver quem é responsável pelo quê, as interdependências e como o todo é maior do que a soma das partes. Isso demonstra a responsabilidade e o alinhamento interorganizacional necessários para a mudança cultural.  

Dá vida à mudança  

Ter um plano bem definido torna muito mais provável que sua mudança aconteça. 

Força a priorização  

A elaboração do plano é um processo de priorização. Ao analisar a capacidade, a competência e os recursos (orçamento, etc.), o plano o ajuda a se concentrar nas iniciativas que causarão o maior impacto e o aproximarão da mudança de cultura que você deseja. 

Medição 

Permite que sua empresa acompanhe o progresso e corrija o curso, se necessário. 

 

Como saber se sua organização precisa de um plano de cultura? 

O que vemos na maioria das vezes com os clientes é que há muitas atividades relacionadas à cultura em andamento, mas pouca visibilidade em nível organizacional. Isso, na verdade, é: 

  • Ineficaz – porque os projetos são feitos em silos. 
  • Ineficiente – por exemplo, esforços duplicados.  
  • Contra-produtivo – porque os programas e projetos não estão conectados a uma estratégia e a um plano mais amplos de mudança cultural.   

A cultura geralmente é vista como responsabilidade do RH e, por isso, acredita-se que qualquer tipo de plano cultural deve fazer parte da estratégia de RH. Nós discordamos. Se a sua organização está pensando e agindo dessa forma, então precisa de um plano de cultura robusto em nível empresarial. A existência de um plano é um reconhecimento da importância da cultura para o desempenho organizacional, coloca a responsabilidade por ela de volta na empresa como um todo e estabelece uma estrutura para acompanhamento e reporte contínuos.   

Que etapas são necessárias para se construir um plano de cultura efetivo? 

Há cinco componentes principais de um plano de cultura eficaz: 

1. A estratégia de mudança cultural.  

Isso se baseia em uma avaliação de sua cultura atual e em uma descrição da cultura desejada ou "alvo". O diagnóstico é crucial, pois quanto mais detalhado for o seu conhecimento da cultura atual, melhor será o seu plano, pois você terá identificado corretamente as lacunas. Você também precisa ter clareza absoluta sobre o "De" e o "Para", pois esse é o filtro para todo o resto do plano.  

 2. Lista de iniciativas  

Uma lista de todos os programas e projetos que serão realizados, o que exigirá a coleta de informações de toda a empresa.  

3. Definição dos facilitadores 

Por exemplo, como você medirá o sucesso de cada iniciativa e do plano como um todo?  

4. Identificação de riscos 

Quais ameaças podem inviabilizar seu plano e como você pode mitigá-las? 

5. Defina sua governança 

Atribua responsabilidades e defina como você irá monitorar e reportar a evolução do plano. 

 

Como avaliar seu Plano de Cultura  

Quando criamos um plano de cultura com um cliente, avaliamos cada iniciativa com base em nossos critérios TRIA:   

T – Tempo.  

Qual é o cronograma e com que rapidez o programa/projeto será entregue? As iniciativas que tiverem impacto o mais rápido possível serão favorecidas. Isso não significa iniciativas fáceis de serem executadas, mas sim atividades impactantes que possam ser realizadas em um ritmo que demonstre o ímpeto e crie convicção.   

R – Relevância.  

Qual é o alcance em termos de número de funcionários? Você deseja atingir o maior número possível de pessoas, portanto, deve procurar atividades que sejam escalonáveis.   

I – Impacto.  

Qual será o tamanho do impacto? Trata-se de entender a estratégia de mudança cultural e avaliar as atividades com base em quanta diferença elas farão. Normalmente, há muitas atividades que você pode realizar e que fazem uma diferença mínima, portanto, colocar a lente do impacto permite que você se concentre naquelas que realmente farão a diferença em sua cultura.  

A – Apetite.  

Qual é o apetite da sua organização para dedicar recursos à implementação do plano? É melhor se concentrar em atividades que não sejam muito complexas ou caras, pois elas podem ter dificuldade para obter investimento e enfrentar dificuldades no futuro. 

 

Quanto tempo dura um plano de cultura padrão? 

Embora não exista um modelo único para todos, nossa recomendação é que um plano tenha um cronograma de 12 a 18 meses (no máximo). Independentemente da cadência, seu plano cultural deve ser revisado e atualizado anualmente, como qualquer outro plano em sua organização. Dessa forma, ele pode se manter ágil e responsivo às necessidades do negócio.  

 

Por que os líderes devem priorizar o planejamento da cultura? 

A resposta a essa pergunta é: se você não tiver um plano, como sua mudança cultural acontecerá? E como você saberá se ela foi bem-sucedida? Sem um plano, você não sabe o que está acontecendo, se o potencial está sendo maximizado e não pode mostrar a ninguém evidências do que está sendo feito. Isso deixa sua empresa em uma posição em que você:  

  • Não tem controle da sua mudança cultural. 
  • Esteja correndo enormes riscos de reputação com investidores, órgãos reguladores e outras partes interessadas.  
  • Não consegue tranquilizar a diretoria sobre como a mudança de cultura vai viabilizar sua estratégia.

 

Quais são alguns dos desafios que as empresas enfrentam ao criar um plano de cultura?    

Criar um plano de cultura pode ser difícil. Não é uma disciplina comum nas organizações. Em nossa experiência, a criação de um plano de cultura pode enfrentar três desafios principais: 

Propriedade.  

Muitas vezes, vemos planos de cultura sem um proprietário claro e/ou onde não há alinhamento sobre quem deve ser o responsável pelo plano. Quando esse é o caso, todos assumem que a cultura é responsabilidade de outra pessoa, e é impossível ganhar força.  

Falta de ambição.  

Embora a estratégia de mudança cultural possa ser ousada, há uma relutância em investir tempo e dinheiro nas atividades necessárias. Dessa forma, o plano é superficial, composto de atividades menores, de baixo custo, baixa intensidade e baixo impacto. Por exemplo, pode haver uma dependência do uso de sistemas para promover a mudança cultural, sem abordar também as questões mais profundas dos valores e crenças organizacionais.   

Execução.  

Trata-se de mobilizar os recursos necessários para implementar o plano. Vemos empresas com um plano de cultura robusto no papel, mas ele não é monitorado ou medido como um documento real e dinâmico, o que faz com que ele não seja executado ou que seu impacto seja diluído.  

 

Como você pode superar os desafios ao criar um plano de cultura?  

Embora esses desafios possam parecer difíceis, e realmente podem ser, eles não são insuperáveis. Veja como você pode enfrentá-los:  

  1. Governança. É por isso que é tão importante ter governança em seu plano. Ao fazer isso, você criará clareza sobre as funções e responsabilidades, não apenas para o plano, mas para todas as iniciativas.  
  1. Propriedade empresarial do plano. Vinculado à governança, se o plano de cultura for de competência da equipe de liderança, é muito mais provável que ele garanta tempo, dinheiro e atenção.  
  1. Direcionado pelo CEO. Se o CEO apoiar, servir de exemplo e promover o plano, isso pode garantir que ele não seja esquecido em uma gaveta, mas que seja usado ativamente para gerenciar a cultura. 

A criação de um plano de cultura é inegociável se você quiser que a mudança se consolide e o ajude a cumprir sua estratégia de negócios. Não é fácil fazer isso, exigirá foco e esforço intencionais e de longo prazo, mas é a única maneira de obter sucesso.  

Entre em contato conosco para definir a cultura de que você precisa para cumprir sua estratégia.  

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