O RH sempre pareceu ser o "lar natural" para o processo de liderar a mudança cultural. Nos últimos anos, no entanto, observei outro recurso humano na equipe executiva. Uma pessoa cuja influência sobre a cultura é potencialmente a mais poderosa de todas: o diretor financeiro.
Na Walking the Talk, concentramos nosso trabalho de consultoria de cultura e coaching executivo mais no papel que cada líder desempenha do que na abordagem tradicional nos estilos de liderança, pontos fortes e fracos etc. Este trabalho reforçou ainda mais nossa crença na importância do papel do CFO – e, na verdade, de toda a função financeira – em patrocinar e liderar a mudança cultural. Afinal, a função financeira é responsável pelo dinheiro. E, como aprendemos, a maneira como uma organização usa seus recursos mais finitos (dinheiro e tempo) enviará sinais poderosos sobre o que ela realmente valoriza. Dessa forma concluímos que, se a agenda do dinheiro mudar, a cultura provavelmente mudará como consequência.
Todos os líderes têm três oportunidades para influenciar a cultura e, portanto, o desempenho da organização. A primeira é através de seu próprio comportamento. Equipes seniores eficazes devem se perguntar: “Estou modelando os comportamentos que procuro incorporar e minhas decisões simbolizam essa mudança?” Nós nos referimos a isso como a dimensão do “EU”.
A segunda oportunidade envolve incentivar esses comportamentos nos outros e desencorajar comportamentos que não estejam alinhados. Nós nos referimos a isso como a dimensão “NÓS”.
E em terceiro lugar, um executivo deve analisar se os sistemas e processos que eles controlam ou influenciam causarão o comportamento desejado nos outros. Isso é chamado de dimensão “ISSO”.
Vamos aplicar esses três conceitos ao CFO e sua equipe financeira, imaginando que o objetivo da cultura nesse caso é construir uma organização com foco externo.
- Dimensão “EU”: comportamento exemplar
Como é o foco externo para uma função financeira? Talvez signifique conversar com concorrentes ou parceiros e estabelecer negócios ou aquisições mutuamente benéficas. Ou talvez seja descobrir quem é o concorrente que mais tem foco externo e recrutar seu melhor pessoal financeiro para descobrir o que eles fazem de diferente. Também pode envolver conversar com o pessoal de vendas da linha de frente para entender melhor como o Financeiro pode ajudar a liberar seu tempo (por exemplo, simplificando os procedimentos do formulário de despesas para dar a eles mais tempo face a face com os clientes).
- Dimensão “NÓS”: incentivar ou desencorajar o comportamentos dos outros
Como Finanças pode encorajar um foco externo? Eles definem como as revisões dos negócios são feitas. E se essas revisões se concentrassem em dados de participação de mercado em vez de lucro? Certamente conversas diferentes se seguiriam, junto com comportamentos diferentes. Então imagine se Finanças pedisse que todos os business cases apresentados para decisões de investimento incluíssem evidências para demonstrar seu impacto nos clientes. Isso certamente geraria pensamentos e cálculos diferentes. E se a organização for muito avessa ao risco e quiser encorajar os líderes a entender melhor seu mercado e estar preparado para se posicionar, ser responsável e apoiar seu julgamento investindo em novas maneiras de satisfazer o cliente? Quem melhor colocado do que a equipe de finanças para ajudar esses líderes a mitigar os riscos e estar preparado para apoiar seu próprio julgamento? O parceiro financeiro está em melhor posição para incentivar isso por meio da maneira como treina os líderes empresariais para preparar seus orçamentos.
- Dimensão “ISSO”: alinhar símbolos e sistemas
Finanças controla muitos dos principais processos pelos quais o negócio é administrado: o processo orçamentário, a alocação de capital e o processo de revisão do desempenho do negócio. Se o objetivo é uma organização com foco mais externo, então como cada um deles pode ser redesenhado para encorajar o comportamento desejado em toda a organização? Um CFO experiente descobrirá como fazer isso e, tendo alterado o processo, perceberá como o desempenho aumenta porque as pessoas estão se concentrando nas coisas certas da maneira certa. Por exemplo, no painel mensal de revisão de negócios, Finanças pode incluir métricas que reforçam a cultura-alvo, como o número de novos clientes adquiridos. O setor financeiro pode alterar o processo orçamentário para incentivar mais empoderamento ou mais colaboração entre empresas. Apenas insistir que o pessoal do produto e do cliente revise as metas uns dos outros para encorajar o alinhamento mudará o comportamento.
Esse mesmo pensamento pode ser aplicado a qualquer objetivo cultural: mais colaboração, abertura e Accountability; ou um maior grau de inovação. Em cada caso, a função Financeira desempenha um papel único e fundamental.
Então, como uma organização ativa essa arma secreta? Descobrimos que o pessoal financeiro começará a ouvir com mais atenção assim que puder responder a estas três perguntas:
- Como precisamos que as pessoas se comportem para oferecer um melhor desempenho? - este item define os principais objetivos e comportamentos da cultura.
- Que tipo de melhoria de desempenho quântico é possível? Um aumento de lucro de 10%? Ou 20%?
- Como posso, como pessoa de finanças, fazer com que esses comportamentos se tornem mais prevalentes na organização?
A maioria de nós espera que os Recursos Humanos sejam defensores da construção da cultura certa. Mas quando o CFO dá ouvidos e peso a uma iniciativa de mudança de cultura, todo o processo acelera exponencialmente. O que levanta a questão: algum de nós pode se dar ao luxo de deixar Finanças fora da equação de mudança cultural?
Para terminar, deixamos algumas questões para você se fazer:
- Como a forma como o dinheiro é controlado, alocado, contado influencia a cultura que você tem hoje?
- Quão bem seu CFO entende o vínculo entre cultura e desempenho e o que você pode fazer para demonstrar melhor esse vínculo?
- Qual é o único processo controlado pelo Financeiro, que, se alterado, mudaria a sua cultura?
Adoraríamos ouvir seus comentários.
Para mais informações, veja nossa seleção de estudos de caso, e-books, relatórios e white papers ou entre em contato conosco para saber como podemos transformar sua cultura.
Este artigo foi publicado originalmente no site Culture University. Você encontra os links para os artigos de Carolyn no Culture University aqui.