Com pressões cada vez maiores sobre o tempo das pessoas, a redução do tempo de atenção e as condições econômicas cada vez mais restritas,
Na busca por maior eficiência e melhores resultados nos negócios, os executivos frequentemente se debruçam sobre a estrutura organizacional, dedicando inúmeras horas para redesenhar atribuições e conexões entre diferentes cargos. No entanto, quantas vezes esses esforços resultam em frustração, pois ao final de uma grande reestruturação, pouco parece ter mudado? Todo esse esforço, a dor e o tempo investido em escrever descrições de cargos e gerenciar mudanças, muitas vezes parece não surtir o efeito esperado.
Aqui está um dado surpreendente: apenas 25% a 50% da influência em uma organização provém da hierarquia formal de poder. Focamos nossa atenção nas linhas que separam os cargos formais, acreditando que são elas que têm o maior impacto na criação de mudanças em nossos negócios, especialmente mudanças culturais. Porém, isso não é necessariamente verdade. Existem alguns motivos fundamentais que explicam por que a hierarquia informal desempenha um papel tão importante nas organizações.
Nossa rede de conexões é um verdadeiro indicativo de influência. As pessoas com quem convivemos diariamente exercem uma grande influência sobre as nossas decisões cotidianas. Se passamos muito tempo com indivíduos que possuem certas características ou comportamentos, é provável que acabemos adotando essas mesmas características em nossas próprias ações e escolhas.
As pessoas que são semelhantes a nós, os nossos pares, têm uma influência significativa sobre nossas atitudes e comportamentos. Eles são capazes de moldar nossas crenças e decisões de maneira poderosa. Isso acontece porque naturalmente nos identificamos mais com aqueles que compartilham das nossas experiências e valores.
A imitação é uma característica evolutiva que herdamos dos nossos antepassados. Em tempos remotos de caçadores-coletores, era fundamental imitar o líder tribal para garantir nossa segurança dentro do grupo. Mesmo hoje, essa tendência continua presente em nosso comportamento. No ambiente escolar, por exemplo, as crianças olham para os colegas para entenderem como devem agir em relação ao professor. Aprendemos muito por meio da imitação.
As emoções, tanto positivas quanto negativas, são como um vínculo invisível que se espalha entre as pessoas. Quando alguém está emocionalmente envolvido em uma causa ou projeto, essa emoção é transmitida para os demais e pode impulsionar a mudança. Da mesma forma, sentimentos negativos também se espalham e podem afetar a dinâmica da equipe ou organização.
Modelos e Influenciadores
Quando analisamos a cultura de uma organização, podemos identificar dois papéis extremamente importantes dentro da hierarquia informal: os modelos e os influenciadores. Esses dois grupos desempenham um papel significativo na maneira como a cultura se desenvolve e evolui ao longo do tempo.
Os modelos são verdadeiros campeões dentro da empresa. São aquelas pessoas que demonstram os comportamentos que desejamos alcançar em nossos esforços de mudança. Eles são apaixonados, entusiasmados e mostram um comprometimento genuíno em relação às metas e valores da organização. Vale ressaltar que nem sempre os modelos são os influenciadores formais ou informais da empresa. Eles podem estar em qualquer posição, desde a base da hierarquia até os níveis mais altos de liderança.
Por outro lado, os influenciadores informais são pessoas que exercem um impacto desproporcional naquilo que acreditamos ser verdade dentro da organização. Apesar de não estarem inseridos na hierarquia formal de poder, eles são os indivíduos aos quais outros recorrem para descobrir como devem se comportar e operar no ambiente de trabalho. São reconhecidos por sua sabedoria, experiência ou habilidades específicas. As pessoas confiam neles e veem neles um exemplo a ser seguido.
Esses modelos e influenciadores informais desempenham um papel fundamental na moldagem da cultura organizacional. São eles que ajudam a disseminar as normas, os valores e as práticas desejadas em toda a empresa. Quando outros colaboradores têm dúvidas sobre como agir ou operar em determinada situação, eles buscam orientação com essas referências informais.
Conclusão
Enfatizar a importância das relações informais não significa desconsiderar a hierarquia formal. Ambas têm seu papel e impacto significativo na forma como a organização opera. A hierarquia formal possui um papel importante para garantir a estrutura e a ordem necessárias para o bom funcionamento de uma empresa. Por outro lado, as relações informais podem se tornar uma via para mudanças rápidas, se devidamente exploradas. Sua flexibilidade e adaptabilidade são atributos valiosos em um mundo em constante mudança e evolução. Ao integrar ambas as hierarquias, as empresas têm a oportunidade de construir culturas mais fortes e eficazes, prontas para enfrentar os desafios do futuro.
Este artigo foi baseado no vídeo Hierarquia x Influência.
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