Para transformar a cultura desejada em realidade, você precisa gerenciá-la ativamente, assim como faz com as outras operações da empresa.
A inovação é essencial para que a organização cumpra sua estratégia e atinja, ou supere, suas metas financeiras. Mas pode ser difícil definir inovação e avaliar a capacidade e as preferências de um indivíduo para ser inovador.
Nosso recém-lançado Taylor Assessment foi projetado para ajudar as empresas a contratar talentos, desenvolver equipes e capacitar líderes com base na contribuição da cultura. A ferramenta baseia-se nos seis arquétipos culturais da Walking the Talk (criados ao longo de mais de 30 anos de experiência nesse campo), um dos quais é a inovação.
Há cinco "comportamentos-âncora" associados a cada arquétipo e, neste artigo, vamos dar uma olhada naqueles que fazem parte da Inovação. Veremos o que eles são, por que são importantes e como você pode começar a identificá-los para criar uma cultura de inovação em sua organização.
Agilidade é o nível em que alguém está motivado e capacitado para pivotar rapidamente em resposta a situações, feedback, informações recentes etc. Algumas pessoas gostam de agir rapidamente e ir se ajustando conforme avançam, enquanto outros preferem tomar o seu tempo e ir mais devagar. Pessoas ágeis estão atentas às forças externas (comportamento do consumidor, por exemplo), vão enfrentar realidades duras de frente e corrigir o curso rapidamente, se necessário. Quando você está tentando construir uma cultura de inovação, você precisa de pessoas que priorizam a agilidade.
Quando observamos culturas fortes em inovação, notamos que eles focam no aprimoramento, aprendizado, experimentação, desafiam o status quo, assumem riscos - e a agilidade envolve tudo isso. Para reunir todas essas características, você precisa ser capaz de aceitar que suas ideias podem não ser as melhores agora, e estar aberto a pivotar rapidamente para uma diferente. Isso permite que você perceba e responda rapidamente às mudanças externas, para que possa ficar à frente de seus concorrentes. Se você observar as empresas que revolucionaram os setores e continuam a evoluir, como a Uber e a Netflix por exemplo, notará que todas elas têm a agilidade como ponto central.
Aqueles com propensão à agilidade no local de trabalho serão eficazes em mudar seu pensamento para se adequar às novas circunstâncias, mudarão regularmente seu foco para novas prioridades e evitarão as melhores práticas em favor do que a situação exigir.
Experimentação é o quanto uma pessoa está motivada a tentar novas atividades e ser um 'early adopter' (ou pioneiro, em livre tradução). Essas pessoas ativamente pensam fora da caixa, se movimentam lateralmente e não necessariamente seguem abordagens lógicas. Eles desafiam o status quo, estão dispostos a correr riscos e cometem erros porque eles compreendem que é assim que se obtém avanços importantes.
Você não consegue ser inovador a menos que esteja disposto a experimentar e a correr riscos, porque é assim que você descobre ou cria algo novo. Então, se você deseja criar uma cultura inovadora, você deve fazer experimentos regularmente - do contrário não estará inovando. A chave é descobrir onde, como e quando experimentar, de modo que você não prejudique o seu negócio principal.
Por exemplo, nós trabalhamos com um cliente que desejava implementar uma cultura de inovação e ajudamos seu time de Finanças (que tradicionalmente é avesso ao risco) a realizar alguns experimentos calculados. Embora alguns tenham fracassado, outros foram bem-sucedidos e, desde então, foram implementados em toda a organização com enormes impactos sobre a eficiência, a produtividade, o bem-estar e, por fim, a cultura.
Pessoas com essa característica irão encorajar novas ideias, buscarão lugares onde possam experimentar e onde é possível cometer erros, e vão frequentemente se tornar 'early adopters'. Você pode ouví-los dizer frases como "eu venho ao trabalho para descontruir as coisas', porque esta é a mentalidade deles, e você precisa disso quando está tentando desenvolver sua competência em inovação.
É sobre o quanto uma pessoa é motivada a melhorar e aprimorar suas habilidades. Isso envolve refletir sobre os seus erros, admiti-los e aprender com eles, então é necessário existir o elemento da humildade aqui. Ao aprender com seus erros, o importante não é tanto os resultados em si, mas como você chegou a eles e o que precisa ser diferente na próxima vez para ter mais chances de sucesso.
É preciso ter a mentalidade de que, mesmo quando você acha que está no seu melhor, sabe que ainda não está nem perto do seu ideal. Observe os profissionais do esporte, como Tiger Woods, Michael Jordan e outros - todos eles tinham o desejo de praticar repetidamente, assistir a filmes de si mesmos para identificar melhorias; tudo isso para ultrapassar os limites de seu potencial.
Os aprendizes entendem e apreciam o fato de que, às vezes, as coisas não dão certo. Isso é especialmente verdadeiro quando se está inovando, porque, por natureza, você cometerá erros. Os aprendizes são aqueles que os procuram, usam-nos e buscam os ganhos marginais que sustentam a inovação.
Há também uma vulnerabilidade no aprendizado. Ao se abrirem para cometer e compartilhar erros, os líderes aumentam a segurança psicológica e melhoram as chances de identificar e resolver os pontos cegos. É um paradoxo, mas as equipes de melhor desempenho são as que cometem mais erros, pois têm a segurança psicológica para admiti-los e aprender com eles, de modo que se aprimoram rápida e continuamente.
Aprendizes estão constantemente buscando ampliar seu conhecimento, habilidades e expertise. Eles aprendem de cada interação e são motivados pelo desejo de crescer, compreender mais e melhorar. Você pode ouvir essas pessoas dizendo 'Aqui está algo que eu ainda não sei' ou 'Eu posso me aprimorar nisso'. Eles chegam em qualquer situação com a mente aberta e estão lá para aprender.
Coragem é igual a medo + ação. Quando você está sendo corajoso, deve sentir uma reação no seu corpo de uma (leve) ansiedade e adrenalina. Pessoas corajosas nunca estão contentes com o status quo e possuem uma inquietude para tornar as situações melhores.
Você está procurando o grau em que alguém está motivado para implementar mudanças. No contexto da inovação, trata-se de ter a coragem de questionar o pensamento ou as formas de trabalho atuais para melhorar. A coragem se torna ainda mais importante em organizações estabelecidas que precisam fazer as coisas de forma diferente. É aqui que os anticorpos podem resistir mais fortemente às pessoas que são diferentes e desafiadoras. Mas se você deseja inovação, eles (e sua empresa) precisam ter a coragem de suas convicções.
Por sua natureza, você tenta coisas novas em uma cultura de inovação. Como seres humanos, não gostamos de mudanças, portanto, em um nível organizacional, é impossível desenvolver a inovação sem que as pessoas tenham coragem. Existem muitos exemplos de corporações que resistiram às pessoas corajosas (algumas vezes, departamentos inteiros) e, como resultado, não foram capazes de inovar e serem disruptivas no ritmo desejado.
Essas pessoas são motivadas a enfrentar o próximo grande desafio. Elas não estão satisfeitas com o status quo e só ficam felizes quando têm sucesso fora de sua zona de conforto. A falta de medo, a capacidade de trazer as pessoas para junto de si e o fato de se manterem firmes também são características marcantes. Para as organizações que pretendem criar uma cultura de inovação, isso significa ter a coragem de manter sua missão quando as coisas ficarem difíceis, pois sempre que você estiver lançando novas ideias, produtos, serviços etc., o mercado poderá ficar turbulento, mas eles só terão sucesso se você tiver a coragem de levá-los adiante.
É a busca contínua pela excelência e o desejo de ser o melhor. Ao contrário da experimentação, é um processo mais lógico, Ao contrário da experimentação, ela é mais lógica, constante e planejada. Trata-se de avançar incansavelmente em direção a um objetivo, passo a passo.
Quando você está pressionando sua empresa a tomar novas direções ou abordagens, precisa de pessoas que estejam convencidas de que existem maneiras diferentes de fazer as coisas. Essas pessoas acreditam que, independentemente do que você esteja fazendo hoje, há uma maneira potencialmente melhor de fazê-lo.
Portanto, você está analisando o quanto uma pessoa busca maneiras de melhorar tudo o que encontra. Ela está constantemente realizando experimentos incrementais (mas não necessariamente tentando coisas novas ou desafiando o status quo) para continuar avançando. Buscando proativamente melhorar tudo com o que entram em contato, elas, portanto, aceitam e buscam feedback.
Grande parte da inovação vem de melhorias incrementais em vez de grandes avanços. As empresas inovadoras estão sempre procurando o que podem ajustar e aprimorar em seus produtos e/ou serviços, por menor que seja, para manter seus clientes satisfeitos. Além disso, essas pequenas melhorias em toda a sua organização, combinadas com os aprendizados que você obtém delas, podem muito bem levar a saltos maiores de inovação em sua empresa.
Aqui você veria pessoas acreditando que o bom é inimigo do ótimo, elas estariam melhorando a si mesmas e à sua organização pouco a pouco todos os dias e explorando tarefas de diferentes ângulos para ver como elas poderiam ser feitas de forma melhor. Para isso, elas seriam curiosas, fariam muitas perguntas e priorizariam a qualidade em vez da quantidade.
Se você deseja promover a inovação em seu local de trabalho, não é necessário que todas as pessoas apresentem todos esses comportamentos. No entanto, você certamente precisa que um número suficiente de pessoas exiba pelo menos alguns desses comportamentos de forma consistente para impulsionar a inovação e atingir níveis de desempenho extraordinários.
